SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Grandes e pequenas instituições de ensino superior iniciaram uma corrida ao MEC para pedir liberação de novos cursos a distância, mas a euforia preocupa porque pode comprometer a qualidade acadêmica, segundo Elizabeth Guedes, presidente da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares), que reúne mais de 200 instituições, como Anhanguera e Estácio.
Para ela, o MEC (Ministério da Educação) deveria avaliar a qualidade da instituição, e não o novo curso.
“Você não pode dar licença, nem para curso presencial nem para curso EAD, para uma escola que não tenha professores qualificados, uma infraestrutura adequada, um sistema de plataforma sólido. Eu acho que o aumento do número de pedidos vai fazer com que o MEC deixe de olhar para o curso e olhe para a escola que está ministrando. Isso é que é importante”, afirma.
A professora, que também é irmã do ministro da Economia, Paulo Guedes, defende que os critérios de avaliação dos cursos online sejam revisados, e os avaliadores, preparados para acompanhar a nova realidade.
“Se você faz um ensino a distância de qualquer maneira, entregando conteúdo em PDF, montando polos de ensino em cima de farmácia, de padaria, e o MEC não faz a avaliação que a gente necessita, corre o risco de perder a qualidade”, diz.
O ensino a distância foi amplamente utilizado durante a pandemia e, agora, com o arrefecimento da Covid, as faculdades se movimentam para credenciar novos cursos na modalidade.
Segundo Guedes, o aumento de pedidos tem sido muito grande em municípios pequenos e do interior, onde os alunos optam por cursos a distância para não precisar mudar de cidade.
Ela diz que o sistema híbrido de ensino também deve permanecer no pós-pandemia, porque entendeu-se que algumas disciplinas podem ser oferecidas pela internet.
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